Os jogos olímpicos acabaram. Adoraria que fossem férias mundiais, 17 dias mundiais da paz. Destaco, entre tantas, algumas lições:
Noah Lyles – campeão olímpico dos 100m rasos.
“Eu tenho asma, alergias, dislexia, TDA, ansiedade e depressão.”
Não sei se é preciso dizer mais alguma coisa. Seja pela via da Psicanálise, seja pela via da Astrologia, entendemos que um diagnóstico não determina um prognóstico. É nisso que acreditamos. Entre um e outro, há um sujeito e o bicho que lhe morde dentro. Um bicho chamado Pulsão – energia entre o psíquico e o somático – que nos leva além. O atleta sabe disso, como bem disse Noah Lyles ao finalizar: “Mas te digo uma coisa: O que você tem não define o que você pode se tornar”.
Beatriz Souza – medalha de ouro no judô na categoria acima de 78kg.
“O judô me ajudou a me aceitar como sou, e virei meu próprio padrão de beleza”.
Exaltamos a democracia, mas é a tirania que rege os padrões estéticos de beleza. Beatriz Souza exalta e alerta para a importância da saúde, e encontrou um caminho criativo e responsável de realização a partir de sua singularidade. Esse é o nosso desafio. De todos nós.
José Roberto Guimarães – técnico da seleção feminina de vôlei de quadra – medalha de bronze (entre 5 medalhas conquistadas ao longo da carreira – 3 de ouro, 1 de prata e esta de bronze).
Pra mim, aos 70 anos, o nosso Zé Roberto encarna as lições mais emocionantes desse momento. Ele nos fala da batalha, do preço que o desejo tem, que nunca é barato.
Exaltando o coletivo, enaltece a função do individual na construção dele; tendo a exata noção de que nenhuma vitória é de um só. Ela se constrói na estrada, com a colaboração de muitos, atuais e antepassados.
E, como se fosse pouco, longe de sentar merecidamente no sucesso das suas glórias, pensa, respira, investe pessoalmente e trabalha pela renovação. O tempo lhe ofereceu a sabedoria de compreender que é para o novo que a gente sempre se dirige.
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