Qual a distância que existe entre o que é e o que cada um vê? O que é parte, sombra, projeção e fantasia?
Se nem sabemos direito o tamanho dessa distância, como emprestar ao outro aquilo que vemos e as significações que vamos construindo?
Penduramos em cada ideia, em cada coisa, em cada cena os nossos afetos e assim vamos traduzindo o que cada uma delas nos falam e nos causam.
Se ponderarmos por um segundo deduziremos que é impossível para o outro habitar a nossa pele e olhar por nosso ângulo de visão e entendimento.
Isso que parece tão simples é, no entanto, onde tropeçamos todos os dias na ilusão de sermos compreendidos.
Somos nós mesmos mutantes nas semicertezas que visitamos... Não conseguimos nos enunciar inteiramente. Vestimos os outros e é natural, portanto, que sejamos vestidos por eles, também envoltos em suas sombras e fantasias... Qual então é a nossa surpresa?
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