Dizem que o Natal é cafona. É mesmo!!! Luzes piscando nas salas e varandas, nas fachadas e nos saguões. O que dizer do Papai Noel vestido de roupa felpuda em pleno verão do nosso país tropical? Morro de dó dos pseudo velhinhos, mesmo no ar-condicionado dos santuários do consumo.
É uma festa do Imaginário, seja daqueles que se refestelam em iguarias e presentes; seja dos que resmungam por todas as “obrigações” a cumprir, geralmente familiares. É claro que estamos falando dos mais favorecidos, aqueles que não têm que lidar com o Real da fome; ou da solidão, que nesses dias se escrevem em negrito.
Também é um tempo de impasses, quando fracassam as negociações familiares, repletas de ressentimentos, cisões, diferenças por vezes intransponíveis. Na clínica, dores engavetadas se esparramam no divã. Choram-se ausências, lamentam-se separações, contempla-se o tempo e a história.
Ainda assim, confesso: adoro o Natal!! Penso nele como uma celebração do meu afeto, sempre que possível embrulhado em papel de presente. Somente isso. O Natal me oferece um passe, um bilhete de embarque num vagão de gente muito querida. O resto é paisagem.
É a partir disso que desejo a todos um Natal carinhoso.
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