Na semana passada Mário Sérgio Cortella trouxe ao Instagram o fato de não querer dirigir, e portanto, nem possuir carteira de motorista. Ele relata ser questionado por isso: “Você tem algum problema?”. Não tem, apenas não quer!! Parece uma bobagem, mas nos alerta para como vamos estabelecendo o que deve ou não ser feito, e assim categorizando o que é “normal”.
É bom a gente começar perguntando o que é o normal. Há parâmetros que determinam a normalidade? Quais?
Atribui-se à normalidade um conjunto de regras estabelecidas por um grupo, num tempo-espaço.
O conceito de normalidade carrega uma relação de autoritarismo, ainda que seja ditado por uma maioria. Pretende garantir um mundo seguro, sem sobressaltos, onde todos deveriam se encaixar (ou encaixotar). Pois fracassa. O ser humano se inscreve no mundo de modo único, singular e intransferível.
Levei muito tempo para declarar em voz alta “Eu detesto festa”. Hoje, chega a ser divertido observar as expressões que encontro nos meus interlocutores cada vez que digo isso. E sinceramente, essa é a menor das minhas anormalidades.
“Desfazer o normal há de ser uma norma” Manoel de Barros
E você? Onde se desencaixa da normalidade massificante?
Comments