Realizar não é tarefa fácil. Ainda mais se temos o compromisso com o resultado, com o fazer bem feito, minimizar o erro, superar expectativas – as nossas e as do outro, que no final são a mesma coisa.
Muitos de nós nunca acreditamos estar prontos para realizar aquilo que imaginamos, adiando sempre o momento “certo” de fazer. Muitos ficam sempre lamentando não ter feito “do jeito que queria”, ter perdido a oportunidade, conjugando no passado o ato de realizar. Outros ainda atribuem a fatores externos os impedimentos para começar agora!!
No final, tudo dá no mesmo lugar: é preciso suportar a distância entre o ideal, que é o mundo da perfeição e da paralisia; e o possível, que é o mundo da castração, da aceitação da falta como a peça essencial para nos colocar no jogo. É preciso admitir que não sabemos tudo agora, nem saberemos mais adiante; que sempre vai faltar, que sempre poderia ser melhor. Ou diferente.
Realizar é sair da beira do rio, onde contemplamos nossa imagem, tão adorada quanto equivocada, para cair na estrada tecendo o fio da nossa própria existência.
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