Eliza, muito prazer!
A psicanálise é um bicho que morde dentro da gente. Bicho inquieto, estranho, às vezes irônico, às vezes maldito, mas sempre um perseguidor da verdade que nos vai por dentro, verdade singular, de cada um. É assim que sou Eliza, vestida de mulher, mãe, avó, amiga, irmã, aluna e de quantos “lugares” mais sou convidada a estar, na relação com o outro; é assim que olho pra casa, pro amor e pros conflitos.
Há 34 anos atuo no consultório, com estudo em Freud e Lacan, principalmente. Nos últimos sete anos estudo Astrologia e recentemente, venho introduzindo-a como ferramenta no meu trabalho, fazendo observações, constatando avanços e celeridade nos processos que acompanho.
Fica um convite para pensarmos essa história juntos. Muito prazer, Eliza Maciel!
Psicanálise
Por que a psicanálise? Porque não somos senhores da nossa casa – essa foi a verdade de Freud que nos feriu: O Inconsciente existe, está dentro de nós, e nos comanda desde sua cabine secreta. É preciso encontrar seu endereço em algum ponto do nosso labirinto. Não seremos os anfitriões, mas é a assiduidade da nossa visita que nos torna íntimos – íntimos de nós mesmos. Somente essa intimidade pode nos dar a chave da porta dessa cabine secreta e o passe para aprender a operar os comandos pela trilha da nossa vida.
São muitas as bifurcações e vale ouvir o conselho do gato de Alice – nosso caminho sempre depende de aonde queremos ir – e devemos a partir dessa escolha, andar o suficiente.
Lá pelas tantas, tentaram se apropriar das descobertas de Freud e colocá-las a serviço da moral e dos bons costumes... como se isso fosse a garantia de “estarmos bem adaptados”... Muita gente gosta de garantias. E essa promessa parecia sedutora.
Então surgiu na França Jaques Lacan perguntando Pra quem? Sim, que garantias e pra quem supostamente seriam boas? Tornou-se um porta-voz da obra freudiana, um avatar daquilo que Freud verdadeiramente nos alertou...
E foi além. Foi Lacan que nos ampliou para além dos contornos do “papai casou com mamãe, teve eu e por isso eu sou assim”... Nossa história é feita de muito mais do que o cercado da nossa casa. Não escapamos da cultura, da linguagem, do mundo em que somos inseridos e porque é impossível dar conta dele, já é de bom tamanho se dermos conta de nós mesmos.
Mas, atenção: isso não tem a ver com boa adaptação. Tem a ver com poder ser quem somos e pagar o preço por esta aventura.
Teremos que negociar com o mundo, sim!!!! Quem não precisa ser reconhecido e eleito? Mas abdicaremos de quem queremos ser, pra caber exatamente onde esperam que a gente seja; ou ao contrário, vamos assumir o que desejamos e buscar a negociação com o mundo, sabendo que tem o tal preço a pagar?
A Psicanálise nos oferece uma via para essa escolha, e esse foi meu deslumbramento aos vinte e poucos anos, quando entrei em contato com a teoria freudiana e entendi que era aquilo que vinha me salvando desde os 14 anos, quando comecei a fazer análise... Mas isso já é outra história…
Astrologia
Esse é um saber milenar que caiu em desgraça. Seu uso associado ao misticismo, ao oráculo, ao ocultismo, à adivinhação e outras práticas semelhantes rendeu-lhe, no campo do saber, um lugar questionável e desqualificado.
Entretanto, desde menina, flertei com a Astrologia. De quando em quando ia espiá-la e depois a abandonava, sob a ameaça de banimento por meus pares psicanalistas. Até que em julho de 2014, precisamente dia 05, fui fazer meu mapa astral com meu atual professor – Marcelo Costa. Fui na defensiva, blasé, querendo não gostar. Seria muito mais fácil. Mas, a interpretação veio em cheio, sem disfarce nem economia.
Depois de mais de 20 anos de análise, eu sabia que a interpretação podia vir de qualquer lugar. Ao final da leitura, disse a ele que nunca alguém tinha me traduzido daquela maneira e que, então, queria estudar aquilo…
Na medida em que o curso avançava, a angústia crescia dentro de mim: de um lado, toda a resistência da teoria psicanalítica que sempre me guiou. Muitas questões passavam pela minha cabeça e aguardavam resposta.
Mas por outro, uma enorme vibração – a mesma dos 20 anos, diante da psicanálise – pulsava, insistia. Eu queria estudar mais e mais. As correlações foram surgindo numa velocidade que era difícil metabolizar. Eu precisava de tempo, mas ele era urgente.
Não somos uma determinação genética, mas uma subjetivação daquilo que geneticamente nos constitui. Somos uma interpretação de nós mesmos – a que nos é possível.
Do mesmo modo, podemos pensar em relação ao nosso mapa astral – um conjunto de possibilidades que realizamos (ou não), na exata medida em que tomamos a nossa jornada nas mãos. E temos medo dela: medo de não dar conta e medo de ficarmos sozinhos por ousarmos realizar o que desejamos.
O mapa astral nos oferece um traçado para o nosso desejo de vir a ser, ainda que um ser faltoso, incompleto, claudicante. Ele é um rascunho do nosso enredo, que aguarda o texto final, escrito por nossas mãos.
Ao longo desses sete anos venho cada vez mais usando o mapa astral como ferramenta na clínica, e é também um pouco sobre isso que quero contar por aqui.
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